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Quando eu era seu

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Queria te dizer algumas coisas, a primeira delas é que me arrependo de não ter te comprado flores. A gente estava no bar, discutindo por mais uma besteira qualquer e você reclamou que queria ir embora, que eu não dedicava tempo suficiente para você. Sabia, naquele momento, que se eu não me movesse, tudo chegaria ao fim. Eu não queria que isso acontecesse, mas não sabia o que poderia fazer. E hoje sei que poderia ter impedido tudo que veio em seguida se, quando o vendedor de flores passou por nossa mesa, tivesse comprado uma para você.

Se fosse hoje, eu compraria uma flor, pediria desculpas, pagaria a conta e te levaria para dançar, pois era só isso que você queria. Mas eu disse não, reclamei por algum motivo qualquer e te perdi de vez. E você marcou aquele bar, para onde eu nunca mais quis voltar, até hoje.

Muita coisa aconteceu nesse meio tempo, mas descobri que nenhuma delas apagou tudo aquilo que eu sentia por você. Fui um tolo por não prestar atenção nos seus sinais e fazer aquilo que você queria. Quando vi outro vendedor de flores passar, quando vi um namorado fazer pela sua garota o que não fiz por você, eu percebi que ainda me arrependia. E me culpava por não ter feito o que deveria. Foi então que uma voz me acordou do que estava pensando.

— Olha, aquela não é sua ex? — perguntou um dos meus amigos, apontando para a entrada do bar.

Eu vi você. Fazia tanto tempo que não te via, não depois de toda aquela bagunça que foi o nosso fim. Eu me arrependo de ter beijado aquela garota pouco depois, pois ela não significou nada. Eu não deveria ter dito todas aquelas besteiras que falei, mas eu sou tão idiota e estava tão louco por te perder que só soube fazer as coisas erradas.

Quando te vi, tudo voltou à tona. Até seu nome doía. Eu deveria ter te comprado flores, segurado sua mão, te dado o tempo que eu tinha e levado você para dançar quando tive essa chance. Agora, eu não era mais seu homem. E você sorria para outro cara, o mesmo sorriso que sempre deu para mim.

Você me olhou e eu soube, por um segundo, que nós dois pensamos a mesma coisa. Eu queria saber se você vinha sempre naquele bar, se estar naquele lugar te trazia tantas lembranças como trazia para mim. Queria perguntar tantas coisas… Minha vontade era levantar naquele segundo e pedir desculpas, dizer que errei e queria fazer tudo de novo.

Mas você desviou o olhar, puxou a mão daquele cara que não era eu. Aquele cara que provavelmente fazia o que eu não fiz, que saía com você para dançar e dedicava todo tempo dele para você. Alguém na mesa disse que você estava mais gostosa. Eu mandei calar a boca, pedi mais uma bebida e desviei meu olhar.

Você não estava apenas mais gostosa, você estava maravilhosa. Mais radiante do que nunca – e não era por minha causa. Mas era tarde demais para reparar meus erros, agora eu não era mais o homem da sua vida.

Não quero que você aceite minhas desculpas, pois eu sei que me dei conta dos meus erros tarde demais. Não há como voltar atrás e reparar um relacionamento construído a partir do meu egoísmo. Pela primeira vez, não estou pensando em mim quando digo que espero que ele faça por você tudo que não fiz.

Em todo esse tempo, nunca estivemos tão perto – e tão distantes. Perdi todas as chances que tinha de te fazer feliz quando eu era seu namorado. E eu espero que aquele que te tem agora não as desperdice jamais, pois só eu sei o quão difícil é fechar os olhos e ainda enxergar seu rosto em meus sonhos.

Eu deveria ter comprado flores para você.

————————-

Acho que todo mundo sabe o quanto eu amo música, não é mesmo? Eu escuto música o dia inteiro e tenho uma fixação por músicas que contem algum tipo de história. Toda vez que as ouço, fico imaginando uma história por trás ou simplesmente fico inspirada para escrever. Foi escutando For the first time, do The Script, que tive a ideia de uma nova coluna para o blog (e pretendo postar o conto inspirado nessa música em breve). Acho que já deu para perceber, mais ou menos, sobre o que ela se trata…

Pretendo postar frequentemente algum conto aqui no blog inspirado em alguma música. A primeira música que escolhi foi esse cover maravilhoso do Boyce Avenue com o Fifth Harmony para When I was your man, do Bruno Mars. O vídeo saiu hoje, mas o cover está disponível no iTunes desde sexta – e desde sexta eu não consigo parar de escutar! Essa versão da música ficou legal porque eles conseguiram transformar a canção em dois lados da mesma história, o que deu a ideia para esse conto.

Além disso, como não amar o Boyce Avenue e, principalmente, Fifth Harmony? Mal posso esperar para o single das meninas, Miss movin’ on, que sai no próximo sábado (dia 15!).

Leiam o conto escutando a música e me contem o que acharam da ideia, se querem mais contos com outras músicas em breve, se gostaram do texto… E sugiram músicas também!


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